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País
Hoje às 09h00 - Atualizada hoje às 09h05
Presidente da AMB vê "facção criminosa" por trás de campanha contra magistrados
Nelson Calandra compara magistrados perseguidos com Tiradentes
Jornal do Brasil
Jorge Lourenço
O conflito entre a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em torno da quebra de sigilo de juízes pode ter raízes em facções criminosas interessadas em arranhar a imagem do Judiciário. Essa é a opinião do presidente da AMB, Nelson Calandra. De acordo com o desembargador, os recentes ataques à credibilidade da magistratura brasileira não são meras coincidências.
"Eu não tenho dúvida disso. Vivemos num país onde quatro juízes e dois promotores foram assassinados recentemente e, em menos de um mês e meio, presenciamos quatro ataques contra fóruns. Pelos meus 30 anos de experiência, posso dizer que esses ataques conjuntos não são coincidência", ressalta Calandra. "Há mobilizações de organizações criminosas em vários estados se especializando em acusar magistrados de corrupção, tudo para bloquear a ação da justiça criminal. Isso já aconteceu no Goiás e no Pará".
Um fato que reforça essa teoria é a divulgação tardia de movimentações financeiras atípicas em tribunais pelo país. No Rio de Janeiro, a Ordem dos Advogados do Brasil pediu ao Tribunal Regional do Trabalho a apuração de uma série de transferências suspeitas registradas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). No total, R$ 282 milhões estão sob suspeita só no Rio. O problema é que as movimentações, realizadas há uma década, chegaram à tona apenas agora.
Presidente da AMB, Nelson Calandra lembra que o sigilo fiscal é direito de qualquer cidadão
Procurado pela reportagem do JB, o Coaf esclareceu que os dados colhidos pelo órgão não são produzidos para divulgação, e as informações relativas aos tribunais fazem parte de um estudo específico encomendado pelo CNJ. Em 2002, quando aconteceu a movimentação atípica de R$ 282 milhões no TRT-RJ, a presidente do Coaf era Adrienne Senna, esposa do ex-presidente do STF e ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim. Continue lendo.
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