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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Carlos H. Peixoto [Crônicas da KBR]: Operação Espírito de Porco

O escritor Carlos H. Peixoto retorna com mais um artigo, novamente em duas partes, a séria, abaixo e a sátira você lê na continuação ao pé do post! (Posts relacionados: 1 e 2)



OPERAÇÃO ESPÍRITO DE PORCO

KBR - imagem enviada pelo autor


Existem dois tipos de Operação Especial: as que são um sucesso e as que, mesmo sendo um fracasso, são um sucesso também.

Prender corrupto no Brasil é como enxugar gelo — raramente o meliante fica trancafiado por mais de setenta e duas horas. Nos últimos 40 anos, o Supremo condenou por crime de colarinho branco apenas um político. De tudo que é desviado pela via da corrupção, apenas 15% retorna aos Cofres Públicos. Bem conversado, os peixes grandes da iniciativa pública e da privada — os mandantes —, além de não ficarem em cana, terão o prazer de usufruir da grana em outros paraísos. É só esperar a poeira baixar, no máximo até o próximo escândalo.
De 2003 a 2010 a Polícia Federal realizou 1062 operações especiais. Para que a PF consiga levar adiante sua missão, muitos são os percalços enfrentados pelos Delegados e Agentes, sejam de ordem interna, política, judicial e/ou administrativa. Por toda parte há inimigos e espiões.

Parafraseando All Ries e Jack Trout: a batalha crucial do marketing de guerra policial é travada na mente do cidadão. Se a primeira vítima da guerra é a verdade, então o maior aliado do General é a propaganda. A Polícia Federal conhece a cartilha midiática. Ao mexer com tubarões de costas largas, o sucesso da missão depende principalmente de ter a opinião pública a seu favor (da PF). Portanto, o nome da operação é o primeiro passo para que o trabalho da Polícia tenha repercussão no mundo do crime.

Como vivemos na sociedade do espetáculo, se o indigitado não ficar preso e ainda tiver o privilégio de não pagar um centavo por seu crime, ao menos o elemento terá sido exposto ao julgamento popular. De forma geral, a PF vem fazendo um belo trabalho. Noutros tempos, delegados e agentes federais eram convocados pelo Presidente da República para confiscar boi gordo no pasto — foram tempos de inflação alta, vacas magras, quando a Polícia Federal, sucateada, operava à sombra do Engavetador Geral da República. Os ventos mudaram, e das operações fiscais de que tivemos notícia a melhor de todas foi a Operação Espírito de Porco. Continue lendo.

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

"Prender corrupto no Brasil é como enxugar gelo", "SISPORCO", morri de rir...
Ótimo texto!!