O dia que Aécio e Andrea Neves colocaram o jornalismo independente atrás das grades. Por Geraldo Elísio
Marco Aurélio Carone tinha 60 anos na época, sofria de
diabetes e hipertensão arterial há mais de uma década. Cinco anos antes,
sofrera o acidente que lhe deixou sequelas e o obrigou a andar de
bengala, posteriormente substituídas por muletas, que o fazem se
locomover com dificuldades. No dia 20 de Janeiro de 2014, em temporada
eleitoral – Dilma x Aécio Neves – às 6 horas da manhã ele chegou ao
Novojornal para trabalhar e teve uma surpresa desagradável. O delegado
Guilherme Santos, da Polícia Civil de Minas Gerais, lhe deu voz de
prisão.
O jornalista e publicitário narra que, dois minutos
depois, chegou o promotor André Luis de Pinho, que o perseguia,
inclusive acusando-o de ter incendiado um carro da propriedade dele.
Tudo em função de uma briga entre irmãos na qual Pinho estava envolvido e
que acabou sendo notícia.
“Eu lhe proponho assinar um documento de delação pre
miada. Se tivesse aceitado, seria libertado na mesma hora”, disse, conforme Carone me relatou.
Mas, como se recusou, Carone foi conduzido primeiro para o
Centro de Remanejamento do Sistema Prisional – Ceresp -, no bairro
Gameleira, em Belo Horizonte, e foi deixado em uma sala sob guarda. No
dia 21, ele passou mal no presídio e foi levado para Unidade de Pronto
Atendimento mais próxima, a UPA Oeste. No dia 23, teve alta e voltou
para o presídio. O doutor Edson Donato, médico da unidade presidiária,
fez um relatório alertando a direção quanto à gravidade do caso.
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