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domingo, 22 de julho de 2012

Nassif[Eider]: A situação da Telefonia Móvel no Brasil


A situação da Telefonia Móvel no Brasil

Por Eider

Luis Nassif, boa noite. 

Trabalho como Engenheiro na área de Telecomunicações desde 1989, tendo começado em uma das operadoras do antigo Sistema Telebrás (8 anos), passado por uma multinacional fabricante de equipamentos (8 anos) e nos últimos 7 anos trabalho em uma das operadoras de telefonia móvel do Brasil. Em 1993, já atuava em Telefonia Móvel, participando da implantação do Sistema Móvel Celular.

Quando ainda no sistema Telebrás, fiz uma defesa da relevância do "Fator Humano" para a qualidade e produtividade, contrapondo-me a uma tese defendida pela empresa de que o ganho de produtividade era resultado tão somente do investimento em equipamentos.

Quando da medida da Anatel, proibindo a comercialização de novas "linhas" móveis pelas operadoras, pensei em escrever-lhe sugerindo que um futuro fórum do Brasilianas viesse a discutir a questão da Telefonia Móvel no Brasil e explicando-lhe meu ponto de vista. Mas confesso que tive receio de fazê-lo, temendo alguma represália por parte das empresas do setor e, em especial, daquela em que trabalho no momento.

Mas, lendo agora o boletim da Agência Dinheiro Vivo sobre o acidente da TAM, vejo que você já sabe onde está o xis da questão: Os chamados “exterminadores de custos” têm "cortado os custos com machado", promovendo um "desmonte dos padrões de qualidade", incluindo terceirização extrema da mão de obra, jornada de trabalho extenuante e desumana, não pagamento de horas extras, redução do quadro de funcionários e não aumento de salários, cortes profundos em programas de treinamento. Os valores dos investimentos na área estão bem maiores que os de custeio, e os números aparecem bonitos para os acionistas, pois assim reza a cartilha destes gestores "exterminadores": é preferível descuidar da manutenção corretiva (a preventiva já não existe há anos) para que se priorizar a implantação.

Na época das estatais, não conseguíamos reinvestir o lucro e vivíamos num eterno contingenciamento de despesas.
 
Hoje, esses lucros possivelmente sejam remetidos para o exterior, onde a sede destas mesmas empresas não possuem a pujança econômica dos seus braços brasileiros e precisam de reforço de caixa.

Muito atenciosamente,
Eider

Origem.

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