Rede Brasil Atual-> Stédile: direita quer Alckmin 2018 e prefere sangrar Dilma a impeachment
Líder do MST afirma que o poder econômico, ao exercer sua hegemonia na política e na economia do país, está degenerando a república e a democracia
por Paulo Donizetti de Souza, da RBA
São Paulo – Os meios de comunicação formam um time organizado e vão empregar todas as suas armas para manter o governo da presidenta Dilma Rousseff no córner nos próximos anos. A observação é do economista João Pedro Stédile, uma das principais lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Eu não acredito em impeachment”, diz.
De acordo com o ativista, a direita brasileira pode até usar essa ferramenta como uma das armas para promover o desgaste do governo e do PT, mas prefere investir numa operação de “sangramento” de Dilma e do partido para eleger Geraldo Alckmin (PSDB) legitimamente em 2018. “Se conseguir elegê-lo com ampla maioria (como fizeram na eleição de São Paulo agora), e retomar o poder pelo voto, quem vai conseguir fazer oposição a ele depois? Nem ‘são Lula’”, argumentou Stédile, durante visita ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região nesta segunda-feira (9).
O governador de São Paulo parece saber disso. E não quer correr riscos. Nos últimos dias, segundo informações ventiladas a partir das redações dos principais veículos da imprensa corporativa, o tucano já teria iniciado corpo a corpo junto às direções dos jornais para se queixar do fato de seu governo ter sido alvo de noticiário negativo, diante do agravamento da crise hídrica no estado mais rico da federação. Não será de estranhar se a cobertura de Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, voltem a adotar uma dosimetria mais parcimoniosa com o tucano, a exemplo do período pré-eleitoral do ano passado, quando a blindagem da imprensa sobre escândalos do governo paulista – dos contratos com empreiteiras à omissão na crise da água – contribuiu de maneira decisiva para uma reeleição tranquila do governador.
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