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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Rede Brasil Atual: Hereda afirma que é contra a abertura de capital da Caixa

Rede Brasil Atual: Hereda afirma que é contra a abertura de capital da Caixa

Presidente do banco diz que se trata de opinião pessoal, mas diz ter discutido intensamente o assunto com a presidenta Dilma, que reconhece o papel social e estratégico da Caixa para o Brasil

por Paulo Donizetti de Souza, da RBA

São Paulo – O presidente da Caixa, Jorge Hereda, afirmou que é contra a abertura de capital da Caixa, como foi cogitado no final do ano pelo governo. Há 154 anos, a União é o único controlador da instituição financeira. Durante entrevista coletiva concedida hoje (12) em São Paulo para divulgar dados do balanço de 2014, Hereda ressalvou tratar-se de sua posição pessoal, mas admitiu ter discutido intensamente o assunto com a presidenta Dilma Rousseff. Segundo ele, a presidenta tem plena noção do papel social do banco e de sua importância estratégica para o país, sobretudo por seu potencial de promoção de políticas anticíclicas em meio à instabilidade econômica global.

“A questão é: no Brasil, cabe ou não cabe uma instituição financeira 100% público? Em minha opinião, cabe”, disse. Segundo o executivo, diante da situação instável da economia mundial, é muito importante dispor de um instrumento capaz de liderar políticas anticíclicas de enfrentamento da crise. “Algum analista econômico já calculou qual teria sido o PIB do país se os bancos públicos tivessem se comportado como os bancos privados nos últimos anos?”, questionou. Para ele, no sistema bancário brasileiro, muito concentrado, os bancos públicos impõem uma “concorrência” que não seja movida “à base da busca pelo lucro exacerbado levada às últimas consequências”.

Jorge Hereda enfatizou ainda que sua posição não é movida por preconceito contra o capital privado ou por opção ideológica. “É questão de lógica, é 100% racionalidade”, defendeu. “A presidenta tem total noção papel social do banco como agente de políticas públicas e está levando isso em consideração.” A decisão mais provável a ser tomada, pelo que se pode apurar da faça de Hereda, é que seja aberta à capitalização a área de seguros da Caixa, a qual já tem a participação de agentes privados – o banco público controla 52% de sua empresa de seguros e vê na abertura de capital a possibilidade de ampliar sua participação no mercado brasileiro e, em contrapartida, ampliar a participação dos resultados do segmento de seguros no balanço global da instituição.

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