Já vai tarde! Lamentamos pelos empregos.
Observatório da Imprensa: A agonia dos Diários e Emissoras Associados
Por Ângela Carrato
A sede do jornal Estado de Minas está à venda, deixando explícita a gravíssima crise que a empresa enfrenta, envolvendo má gestão, perda de credibilidade e o consequente desaparecimento de leitores e anunciantes. A título de exemplo, o jornal, que é o mais antigo e tradicional da capital mineira, tem circulado com apenas dois cadernos, num total de 24 páginas, ao contrário de um ou dois anos atrás, quando, mesmo em dias de edição mais fraca, eram quatro ou cinco.
O objetivo da venda é tapar buracos no caixa da empresa, que tem demitido jornalistas e demais funcionários com idêntico objetivo. As instalações do Estado de Minas serão transferidas para o prédio onde funciona a TV Alterosa e a rádio Guarani, ambas do mesmo grupo, os Diários e Emissoras Associados. Nesta transferência, é possível antever novos cortes de pessoal e não está descartado nem mesmo o fim da publicação em papel, permanecendo apenas a versão digital.
Localizada em um dos pontos nobres da capital mineira, a sede da SA Estado de Minas vale em torno de 50 milhões de reais, mas as ofertas, até o momento, não ultrapassam 30 milhões de reais. A venda representará mais um capítulo, talvez dos últimos, na história do condomínio fundado pelo primeiro magnata da mídia brasileira, Assis Chateaubriand, que chegou a ter 36 jornais, 18 revistas, 36 rádios e 18 emissoras de televisão.
Do que antes foi o “império” de Chateaubriand restam agora, com alguma expressão, além dos veículos em Minas, apenas o Correio Braziliense, na Capital Federal, e dois jornais no Nordeste. Há pelo menos duas décadas que o jornal Estado de Minas é considerado o carro-chefe do grupo, situação que apenas enfatiza a gravidade do quadro.
Os jornais impressos estão enfrentando problemas em todo o mundo. Recentemente o Washington Post também colocou sua sede à venda. Diariamente se tem notícia de jornais nos Estados Unidos e na Europa que estão fechando as portas ou reduzindo drasticamente suas tiragens em consequência das novas tecnologias que, indiscutivelmente, tem tido forte impacto no modelo de negócios destas publicações. No entanto, seria um equívoco atribuir à derrocada dos Associados e, em especial do jornal Estado de Minas, apenas às novas tecnologias. Os problemas são mais antigos e profundos.
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Um comentário:
Esta Instituição faturou muito com o mercado imobiliário através dos valores exorbitantes dos seus anúncios.
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