por Marina Amaral
Viajamos a Havana para conhecer a ilha, conversar com os cubanos, saber como vivem; guiadas por esse povo educado, curioso e bem informado descobrimos riquezas que não aparecem nos jornais
Painel no Museo de la Revolución com os inimigos: o ditador Fulgencio Batista, e os ex- presidentes americanos Ronald Reagan, Bush pai e Bush filho. Foto: Veruscka Girio - A Publica |
A pousada fica em um pequeno prédio reformado pelos próprios moradores que se destaca entre as belas mas maltratadas construções da ruazinha em Habana Vieja. Ali tudo funciona perfeitamente, do elevador de porta pantográfica ao ar condicionado dos quartos dos hóspedes. Depois do mutirão, os apartamentos dos três andares se tornaram pousadas familiares e o térreo, um salão de cabeleireiro.
O apartamento do segundo andar, onde funciona a Casa de Maura, foi caprichosamente decorado por nossa simpática anfitriã, uma engenheira de 49 anos, casada, com dois filhos. Na sala com sofás de veludo e espelhos antigos não falta nem a TV digital – pendurada na parede como ela “viu nos filmes”, conta, com seu sorriso largo.
Depois de anos trabalhando para o Estado, a engenheira passou a fazer parte dos 500 mil cuentapropistas (trabalhadores por conta própria) cubanos, donos de pousadas, restaurantes caseiros, salões de cabeleireiro, táxis. Eram 100 mil em 1991, início do chamado “período especial”, marcado pela escassez que se seguiu à queda da União Soviética e do bloco socialista europeu. Isolado desde 1962 pelo bloqueio dos Estados Unidos, endurecido com a promulgação de novas leis em 1992 e em 1996, o país perdeu 78% das importações e ficou sem insumos para produzir.
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