Escândalo na Justiça: CNJ investiga esquema milionário em fundação de tucanos mineiros
8/3/2012 14:36, Por Redação - de Brasília e Belo Horizonte
A denúncia do jornalista Leandro Fortes, da revista Carta Capital, acerca da ação do funcionário do Tribunal Superior do Trabalho Renato Parente, levará o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a uma averiguação quanto ao repasse de recursos da Fundação Renato Azeredo, com sede em Belo Horizonte. Segundo fonte ouvida pelo Correio do Brasil, na condição de anonimato, o Conselho pedirá informações ao Ministério Público de Minas Gerais sobre as transferências do Poder Judiciário à fundação presidida por um ex-assessor especial do então governador Aécio Neves, no valor de R$ 23,3 milhões.
Segundo apurou o jornalista, “Renato Parente é um assessor especialmente influente nos tribunais superiores. Foi fiel escudeiro de Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal (STF) e até pouco tempo ocupava a chefia da comunicação do Tribunal Superior do Trabalho, presidido por João Oreste Dalazen. Por uma questão formal, Dalazen rebaixou Parente de função, mas manteve seus poderes, que consistem basicamente em administrar as verbas do setor no TST, naco de um filão milionário do Poder Judiciário onde reina a Fundação Renato Azeredo, de Minas Gerais. Trata-se de um eficiente sorvedouro de dinheiro público comandado pelo PSDB”
Ainda segundo o texto, o objetivo inicial da Fundação Renato Azeredo, criada em 1996 com o nome do pai do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), era o de auxiliar projetos de pesquisa da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG). A instituição, de direito privado e sem fins lucrativos, a partir de 2003, bateu recordes de faturamento.
“Apenas em Minas Gerais, entre 2003 e 2011, a Fundação Renato Azeredo faturou R$ 212,1 milhões de verbas repassadas diretamente do governo de Minas, graças a contratos firmados em gestões tucanas, duas de Aécio Neves e, desde o ano passado, a de Antonio Anastasia. A fundação é presidida pelo farmacêutico Aluísio Pimenta, ex-assessor especial de Aécio. Sob pretexto de notória especialização, a fundação sempre foi contratada pelos governos tucanos sem licitação. Na primeira gestão de Neves, por exemplo, a entidade recebeu cerca de R$ 20 milhões, limpos, dos cofres estaduais, para serviços em área de comunicação social”, apurou Leandro Fortes. Continue lendo.
[Aluísio Pimenta] Atualizada às 16:32Novo Jornal: SICEPOT - “Sindicato do Crime” paralisa DER-MG
(A relação promíscua entre empreiteiros e Poder Público não tem limites. DER delega a sindicato quem ganhara licitação e divisão causa briga)Atualização às 16:17
Correio do Brasil: Fundação ligada aos tucanos mineiros não teme processo no CNJ e espera aumentar arrecadação
9/3/2012 20:12, Por Redação - do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília
A denúncia de um esquema milionário de distribuição de recursos públicos da área de Comunicação Social dos principais tribunais de Justiça do país para a Fundação Renato Azeredo (FRA), dirigida por tucanos graduados, não atrapalhou os planos da instituição de seguir em frente com as suas perspectivas de faturamento para os próximos anos. O fato de responder a um processo no Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) e correr o risco de ser investigada no Conselho Nacional de Justiça – um de seus clientes mais discretos – não preocupa o gestor da instituição, Antonio Carlos Braga.
– Quem está dizendo que haverá um processo são vocês – disse o executivo, em entrevista ao Correio do Brasil.
A Fundação Renato Azeredo presta serviços bem remunerados à TV Justiça |
– Não queremos polêmica – alega.
O Conselho Nacional de Justiça, que ainda não recebeu a documentação referente ao inquérito a que responde no MP mineiro, pagou à FRA, nos últimos 18 meses, um total contratado que supera a casa dos R$ 5 milhões, quantia justificada com a filmagem das sessões do Plenário, entre outros serviços prestados a esta instância do Judiciário. Segundo informou a assessoria de Comunicação Social, a casa não dispõe “de material e de pessoal para essa tarefa”, explica a chefe do setor, Maisa Moura. A maior parte dos gastos da FRA, ainda de acordo com o seu administrador, “destina-se ao pagamento de salários” para mais de 600 empregados, terceirizados de acordo com os contratos fechados com os clientes. Estes são, na grande maioria, entes públicos para os quais a admissão de funcionários deveria ocorrer por concurso. Continue lendo.
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